Ameaças de guerra,
perseguição contra os cristãos, falsa doutrina e falsos profetas, apostasia, governo mundial e um líder que trará paz e prosperidade e que será adorado no
lugar de Deus. De acordo com diversos autores católicos tudo isso são acontecimentos
que antecedem o Fim dos Tempos. Todos estes, baseando-se nas Sagradas Escrituras como no que
é revelado no Apocalipse e também nas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, no
Evangelho de São João, capítulo XXIV.
Alguns desses autores e o que dizem sobre estes tempos, são relacionados no livro “El Fin de Los Tiempos Y Siete Autores Modernos” do jesuíta argentino, Padre Alfredo Saénz, estudioso no assunto.
Ninguém poderá dizer o dia e a hora que Cristo voltará, nem tampouco quando surgirá o Anticristo, mas a contar pelos acontecimentos nos tempos de hoje, como os conflitos e o massacre de cristãos por muçulmanos no Oriente Médio, a ânsia e a movimentação dos governantes em implantar uma ordem mundial – basta pensarmos na ON U, por exemplo – também pelo que talvez seja o maior sinal do Fim, que é a apostasia generalizada no mundo, na sociedade cristã em geral e de forma mais devastadora, de grande parte do próprio clero católico, a “terça parte das estrelas do céu” mencionada no Apocalipse, como creem alguns estudiosos, como sendo esse o significado - talvez seja possível dizer que estamos vendo um ensaio do Fim dos Tempos, nas palavras do Revmo. Monsenhor Jorge Miguel Martinez da Diocese de Ciudad del Este, no Paraguai.
Sobre este assunto, o Monsenhor Jorge Martinez, Superior Geral da Comunidad Misionera de Jesús, deu uma palestra em Brasília no dia 30 de agosto de 2014, intitulada: “A Ação do Anticristo no Mundo e o Triunfo do Imaculado Coração”. A palestra foi organizada pelo apostolado "Nos Passos de Maria".
Abaixo, um trecho dessa apresentação e em seguida o vídeo com toda a palestra:
Então, o que vai ser o
Fim dos Tempos? Vai ser o levantamento da soberba humana até se colocar no
lugar de Deus. Por isso diz Nosso Senhor Jesus Cristo: “Eu vim em nome do Meu Pai, mas vós não me recebestes. Se outro viesse,
usurpando o Meu nome, vocês o receberiam”[1]. Quem é esse outro? Esse outro é o Anticristo. Esse outro que vai
vir não em nome de Deus, mas em nome próprio usurpando o lugar de Jesus Cristo;
esse então será recebido pelos judeus.
O presidente do Irã
faz algum tempo, fez um discurso diante da ONU e ele dizia: “Temos que nos preparar para a vinda do 'messias',
do qual, Jesus Cristo foi uma figura. E esse 'messias' trará a paz, a 'seguridade'
e a prosperidade para o mundo inteiro”. E os líderes da ONU aplaudiram. Contra a encarnação humilde de Nosso Senhor
Jesus Cristo, a soberba do Homem que se levanta no lugar de Deus. Porque Deus não conseguiu com sua encarnação trazer
a paz que todos queríamos então como Deus "falhou" nós vamos construir o "reino
de Deus" aqui na terra. Esse reino de Deus aqui nesse mundo; nosso paraíso "terrenal"
como prega a Teologia da Libertação. Por isso a Teologia da Libertação é uma
preparação para o Anticristo.
(...) Agora, vocês
sabem, todos nós somos “onipresentes”. Estou aqui em Brasília e estou no
Paraguai porque tiro meu celular aqui e falo com todo mundo lá; não tem mais
distâncias nem dificuldades, nem para nos comunicarmos, nada. Somos
“onipotentes”, podemos fazer tudo que quisermos se tivermos dinheiro. Também
acabou a lei moral; vale o que cada um acredite. “Você acha que isso é bom? Sim? Então tá bom. Você acha que isso é mau?
Então é mau pra você. Para mim é bom, para você é mau. Tudo bem, a gente se
respeita”. Então as coisas (passaram a ser) boas e más ao mesmo tempo; aquele
pluralismo. Tudo isso nós temos nesse tempo. Tudo isso é soberba humana, que se
coloca no lugar de Deus; que quer tomar o lugar de Deus; que quer fazer de
conta que é deus. E o Anticristo o que vai ser? A Síntese perfeita (disso).
Aquele homem modelo que tem às suas mãos todo o poder, toda a vida de todos os
homens. O “homem-deus”. Não o Deus que se faz homem, mas o homem que se faz como
deus para tomar o lugar de Deus. Porque como eu disse, se Deus não conseguiu
trazer a paz, então o homem por sua própria conta vai tentar, ele vai conseguir
trazer a paz.
No final de tudo isso,
dessa longa preparação de séculos e desses últimos séculos, vai chegar o
Anticristo. Vai ser como o Cristo humano segundo a medida do homem que virá
completar o que Cristo não conseguiu. E ele vai conceder a tão desejada paz e
terá um grande poder mundial. Todo o poder será dado a ele. Controlará todas as
nações e será ele o “messias” esperado. O que muitos falam hoje já, de um
governo mundial. (...) Então diz em
Tessalonicenses: “Assim pois quando
disserem: paz e 'seguridade'! Então, de repente se precipitará sobre eles a ruína
como as dores de parto da que está grávida sem que eles possam escapar”[2].
Paz e segurança é o grande desejo desse mundo. Queremos paz e seguridade. E o que o
Anticristo vai trazer? Paz e segurança. Todo mundo quer paz. “Ah, paz, paz, paz;
queremos a paz”. (...) Vocês veem todo mundo com a bandeirinha da paz? Querem
colocar na cabeça de todo mundo que queremos a paz. Que paz? A paz da ONU? A
paz da OTAN? A paz de Israel? A paz de quem? (...) “Porque nós queremos paz e segurança. Toma aqui a soberania dos
nossos povos”. Então teremos um governo mundial. Pronto! Tudo preparadinho
para a vinda do Anticristo.
No Apocalipse fala de duas figuras: o Anticristo, a
Besta do mar que vai ter poder político, e o falso profeta que é a Besta da
terra que é o poder religioso, ou seja um profeta, um líder religioso que eu
tenho quase certeza que vai ser cristão, porque quem tem poder (autoridade)
sobre os outros? Muçulmanos? Não! Protestantes? Não! Tem que ser um católico.
Tem que ser um líder católico. Isso diz vários desses escritores que falam
sobre o fim dos tempos (...) colocam então um Bispo como falso profeta que
servirá o Anticristo e que faz com o poder do dragão, Lúcifer, prodígios e
milagres para poder legitimar a autoridade do Anticristo. Para que o mundo
pense que esse “messias”, esse Anticristo, vem de Deus. Por isso os
escolhidos vão estar em perigo de serem enganados. Porque todo mundo vai
pensar: “tudo bem, eu não penso ser ele o Messias, Jesus Cristo, mas olha, ele vem de Deus, porque faz coisas que somente
alguém que vem de Deus pode fazer”; assim vai ser a vinda e as provas em
favor do Anticristo.
Ele acabará com a fome
– todo mundo quer acabar com a fome – se levantará no lugar do mesmo Deus e
finalmente ele pedirá ser adorado como deus. Então será dado nas mãos do
Anticristo um poder por três anos e meio, quarenta e dois meses. E nesses 42 meses todos os
cristãos do mundo inteiro sofrerão uma grande perseguição – isto está no
Apocalipse [3]. Após quarenta e dois meses virá então o final. Aí virá Nosso Senhor Jesus
Cristo e com o hálito de Sua boca - diz o Apocalipse - Ele vencerá a Besta do mar
e a Besta da terra e lançará as duas ao fogo que não tem fim [4], depois de
três anos e meio de tribulação para os escolhidos.
(...) A Igreja será
humilhada. A Igreja ficará pequenina. A Igreja padecerá como totalmente vencida
e finalmente como que começando uma nova era sem Igreja, sem cristianismo, Ela
será então humilhada à maneira de Jesus Cristo assim como na Cruz. Ou seja,
Cristo pareceu totalmente vencido, não tinha volta. E daí então o poder de Deus
levantará a Igreja novamente como fez com o Mesmo Cristo na Sua ressurreição.
A nossa esperança
final é o triunfo da Imaculada. Em Fátima, Nossa Senhora disse: “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará”.
Essa promessa dada é para depois de todas as catástrofes; depois de todas as
tribulações e todos os sofrimentos que teremos que passar. E é o amor de nossa
Mãe que se verá brilhante no final. O mesmo amor que A fez capaz de receber o
Verbo em Suas entranhas.
(...) A torre de
defesa, aquele lugar onde podemos nos defender e vencer a batalha é a
verdadeira devoção a Nossa Senhora. Porque a verdadeira devoção consiste em
imitar as virtudes de Nossa Senhora. E qual é a virtude que A fez perseverar
até o final? A humildade, a fidelidade. A Mãe estava aos pés da Cruz até o
final e aí quando todo mundo pensava que Cristo tinha sido vencido, que Ele
tinha morrido e não teria mais que incomodar ninguém, Nossa Senhora conservava
a fé; aquela fé e esperança nas promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo, e Ela de
pé estava “Mater juxta Crucem”[5]
ainda que lacrimosa, ainda que chorando por aquela tribulação, estava Ela
aos pés da Cruz. Qual é a vitória de Nossa Senhora? A vitória do Imaculado
Coração de Maria, daqueles que imitam Nossa Senhora e estão aos pés da Cruz até
o final, até que Cristo ressuscite, até que a Igreja ressurja, até que Cristo
venha a vencer o falso profeta, o Anticristo com o hálito de Sua boca. Até que
Ele recupere o reinado e entregue esse reinado a Deus. Por isso irmãos, não
temais, o temor não é de filhos, é de escravos. Nós fomos feitos filhos de
Deus; o único temor dever ser o de pecar, de nos distanciar da Cruz, de não
ficar mais debaixo dos braços da Cruz, de que não pingue mais sobre nós o
Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós temos que ficar embaixo da Cruz, à
sombra da Cruz. E se nós ficarmos aí perseverantemente, nós veremos Nosso
Senhor ressuscitar.
(...) “Aquele que se manter fiel até o final Eu
tenho para ele a coroa eterna”, diz Nosso Senhor Jesus Cristo. E essa é a vitória
final de Nossa Senhora. Aqueles que prendidos ao Seu amor, aqueles que praticam
a verdadeira devoção, se colocam sob o amparo de Nossa Senhora e ainda A imitam
perfeitamente, ou seja, que estão com a Igreja de sempre, que professam a fé de
sempre, que estão até o final, fiéis e humildes à Fé de sempre.
[1] São João V, 43.
[2] 1 Tessalonicenses V, 3.
[3] Apocalipse XIII, 5.
[4] Apocalipse XIX, 20.
[5] Trecho da oração
“Stabat Mater Dolorosa”.
Toda a palestra pode ser assistida no vídeo abaixo disponibilizada pelo Reverendíssimo no YouTube:
Vídeo com palestra do Mons. Martinez
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