Por Matteo Matzuzzi - il Timone - 30 de maio de 2015
Traduzido do inglês de Rorate Cæli
Traduzido do inglês de Rorate Cæli
"Se
a Eucaristia é considerada [simplesmente] uma refeição que partilhamos e que
ninguém pode ser excluído dela, então o sentido do Mistério (da fé) é
perdido". É o que diz o Cardeal Robert Sarah, o
novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos,
numa intervenção proferida no Instituto Pontifício João Paulo II para os
Estudos sobre o Matrimônio e a Família, em sua apresentação: "A Família -
um trabalho em progresso”, uma compilação de ensaios publicados por Cantagalli,
tendo em vista o próximo Sínodo em outubro. Uma compilação com o intuito de
estimular uma discussão que aborda as "questões quentes" da
homossexualidade, sexualidade, divórcio, fertilização-in-vitro, eutanásia e o
celibato. Três volumes compõem a coleção, duas das quais são escritas por
professores do Instituto Pontifício João Paulo II: "A Eucaristia e o
divórcio: A Doutrina muda?", de José Granados (que também foi nomeado
consultor do Sínodo dos Bispos) e "Famílias diferentes: expressões
imperfeitas do mesmo ideal?", de Stephan Kampowski. O terceiro, "O
que Jesus pensa do divorciados recasados?" é a obra de Luis Sanchez
Navarro, Ordinário do Novo Testamento na Universidade de São Damaso, em Madrid.
il Foglio havia antecipado amplos
extratos dos livros dos Professores Granados e Sanchez em 15 de abril deste
ano.
"O
Ocidente - disse o cardeal Sarah, em uma resposta ‘improvisada’
a algumas questões colocadas a ele a partir do auditório - está se adaptando às suas próprias ilusões". O principal
problema, o prelado observou várias vezes, é a fé. (Il Foglio antecipou neste
último 13 de março um longo extrato do livro "Dieu ou rien",
publicado na França pela Fayard). "Se você considerar que a palavra ‘fé’ já
não é mencionada, mesmo no rito do Batismo quando os pais são questionados
sobre o que pedem da Igreja de Deus para os seus filhos, a significância do
problema é muito clara", acrescentou o Cardeal, que também culpou
o ensino do Catecismo hoje, "As
crianças fazem desenhos e não aprendem nada – elas não vão à Missa."
O novo rito e a resposta mais vazia e óbvia na história da liturgia (que, como sempre, é opcional e substituível, até mesmo por "fé") |
Em relação ao próximo
Sínodo, um convite veio do Cardeal Sarah [para nós] não termos ilusões sobre
mudanças de época: "As pessoas
pensam que haverá uma revolução, mas isso não pode acontecer. A Doutrina não pertence
a ninguém, ela é apenas de Cristo". Após a reunião de outubro do ano
passado, observou o cardeal em sua apresentação dos três volumes, "ficou claro que o verdadeiro cerne da
questão não era apenas a questão dos divorciados que voltaram a casar",
mas "se a doutrina da Igreja é para ser
considerada como um ideal inalcançável - uma impossibilidade, a qual, portanto,
necessitaria de adaptação a uma tendência de queda proposta pela sociedade
atual. Se esta é a situação, precisamos de um esclarecimento quanto a se o
Evangelho é a boa notícia para o homem ou um fardo inútil já não viável”. As
riquezas do Catolicismo - acrescentou ele - "não
podem ser reveladas através de idéias ditadas por uma espécie de pragmatismo e
alguns sentimentos mútuos em comum. A Revelação mostra a humanidade a caminho
da totalidade e da felicidade. Ignorar este fato significaria afirmar a
necessidade de repensar os próprios fundamentos da ação redentora da própria
Igreja, que é realizada através dos Sacramentos."
O
problema também são aqueles "padres e
bispos" que contribuem para "contradizerem a palavra de Cristo" por suas próprias
palavras. E isso, disse o cardeal Sarah, "é
extremamente grave". Permitir em alguns níveis diocesanos o que ainda
não tenha sido autorizado pelo Sínodo (a alusão era para as práticas seguidas
em muitas situações do centro-norte da Europa) é "profanar Cristo". É de pouco valor invocar a
misericórdia: "Estamos a enganar as pessoas quando se fala de misericórdia sem
saber o que a palavra significa. O Senhor perdoa os pecados, mas apenas se nos
arrependermos deles". As
divisões que foram vistas em outubro passado", ... foram todos do Ocidente. Na África, nós permanecemos firmes, como
tem havido muitas pessoas naquele continente que perderam suas vidas por causa
da fé."
O cardeal lançou um
apelo contra os membros do clero que usam linguagem imprecisa: "É errado para a Igreja usar o
vocabulário das Nações Unidas. Temos o nosso próprio vocabulário”. Em
seguida, ele queria fazer um esclarecimento sobre uma das máximas que se tornou
muito popular desde 2013, ou seja, aquela sobre 'sair nas periferias’. A
intenção é correta, obviamente, mas com uma condição: "É fácil sair para as periferias, mas isso depende se estamos levando
Cristo [para eles]. Hoje é mais corajoso estar com Cristo na cruz, o que
significa martírio. O nosso dever é ir contra a corrente dominante" no
que diz respeito às modas da época, e "sobre
o que o mundo está dizendo". E, além disso, "se a Igreja deixa de pregar o Evangelho, ela está acabada. Isso pode
ser feito com as modas presentes, mas com firmeza."
E, por último, uma nota
sobre o declínio das vocações sacerdotais no mundo: "A questão não é que há poucos sacerdotes, mas se esses sacerdotes
são verdadeiros sacerdotes em favor de Cristo".
Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos |
Obs.: Os destaques em
negrito são deste blog.
Obrigado Cardeal Robert Sarah. È animador vermos palavras de luz neste mundo tão paganizado, confuso e com pregações dúbias.
ResponderExcluirLouvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado.