Origem
e trabalhos científicos
Alexis Carrel (1873-1944) |
Alexis Carrel nasceu em
28 de junho de 1873 em Lyon na França. Nascido em uma família católica, foi
educado por sua mãe Anne Ricard e também estudou na escola São José em Lyon.
Seu pai era um empresário e também se chamava Alexis. Alexis Carrel foi casado com Anne-Marie-Laure
Gourlez de La Motte com quem não teve filhos.
Graduou-se com o Bacharelado
em Letras em 1889 e em Ciências em 1890 na Universidade de Lyon. Em 1900 obteve
o Doutorado na mesma instituição.
Seus trabalhos
científicos mais importantes foram na área da Medicina através de técnicas e
cirurgias experimentais de transplante de tecido e de órgãos inteiros em
animais. Ele foi pioneiro na cirurgia de
vasos sanguíneos em humanos e em manter vivo por longos períodos em ambiente
frio, tecidos e vasos sanguíneos.
Começou seus trabalhos
em 1902 em Lyon, continuando na Universidade de Chicago nos EUA onde em 1905
trabalhou no Departamento de Fisiologia. Tornou-se Membro Associado do
Instituto Rockfeller para Pesquisa Médica em 1906 onde realizou a maior parte
dos experimentos que o levou a receber o Prêmio Nobel de Medicina em 1912.
Carrel serviu como
Major no Corpo Médico do Exército Francês durante a Primeira Guerra Mundial
(1914-1918) onde ajudou no desenvolvimento do conhecido método Carrel-Darkin de
tratamento de feridas de guerra que foi amplamente usado.
Em 1935, com a
colaboração de Charles Lindbergh que o ajudou na parte da mecânica, Carrel desenvolveu
uma máquina para suprimento de um sistema estéril de respiração para órgãos
removidos do corpo. Carrel também foi pioneiro em cirurgia torácica.
O
Milagre de Nossa Senhora em Lourdes
Atendendo a um pedido
de um colega médico, no ano de 1902, Alexis foi até Lourdes com o intuito de
ver de perto as alegadas curas. Com o passar dos anos Carrel acabou se tornando um agnóstico convicto e fortemente cético. Foi então até Lourdes para estudar os fatos
medicamente inexplicáveis das rápidas curas que fizeram do local das aparições
famoso.
No mesmo trem a caminho
de Lourdes estava uma jovem de 23 anos de nome Marie Bailly, que sofria de
peritonite tuberculosa, um dos tipos de tuberculose extrapulmonar e que, apesar
das proibições médicas, havia embarcado em segredo poucos instantes antes do
trem partir graças à ajuda de uma enfermeira. Isso ocorreu às 13 horas do dia
26 de maio. Durante a noite, temendo que Marie morresse durante a viagem,
Alexis a deu injeções de morfina de modo a aliviar seu sofrimento.
Por volta do meio-dia
de 27 de maio o trem chegou a Lourdes.Às 14 horas do dia 28 de maio, Marie foi levada
do hospital à gruta num estado de quase morte com o abdômen extremamente
inchado onde foi lavada por três vezes com a água da gruta. Após isso se
iniciou sua rápida e inacreditável recuperação. Por volta das 16 horas, seu abdômen
já não estava mais inchado e pela noite já podia se sentar normalmente,
falando, comendo e não mais vomitando tudo que digeria; algo que não acontecia
nos últimos cinco meses. Não mais necessitando de ajuda, no dia 30 Marie embarcou sozinha no
trem de volta para Lyon onde chegou no dia 31 por volta do meio-dia pegando o
bonde para casa de seus parentes.
Todos estes eventos e a
completa recuperação de Marie nos seis meses posteriores foram acompanhados de
perto por Carrel os quais ele mesmo fez questão de anotar. Alguns detalhes do
que aconteceu no trem a caminho de Lourdes e nos 2 dias seguintes foram
narrados por Alexis no seu livro escrito em francês “Le Voyage a Lourdes” (A Viagem para Lourdes,
na tradução livre) publicado em 1949, alguns anos após sua morte. Em 1950 o livro foi publicado também em inglês.
Carrel teve então que
admitir tratar-se de um milagre a cura de Marie Bailly. Sua nova postura favorável à autenticidade dos milagres de Lourdes fez com que Carrel não fosse mais bem-vindo no meio médico de Lyon que era claramente anti-católico. Assim, ele continuou seus
trabalhos fora da França retornando apenas em 1912 para uma breve visita quando
foi laureado com o Prêmio Nobel de Medicina.
A Conversão
Apesar dos
acontecimentos de Lourdes demorou um pouco até que Carrel retornasse à sua Fé
de infância.
Após sua cura, Marie
Bailly foi aceita como postulante pelas Irmãs da Caridade. Em 22 de fevereiro de 1937 Marie faleceu e poucos meses depois disso Carrel encontrou um Padre que
se tornou seu amigo e também seu guia. Finalmente, por volta de 1942, Alexis firmou
sua fé no credo da Igreja Católica. Faleceu como católico dois anos depois aos
71 anos de idade.
A 28 de dezembro de 2015, Festividade dos Santos Inocentes e mártires.
___________________________________________________________________________________________________ Para saber mais:
The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1912
Eu, Amilton Maciel Monteiro, hoje com 87 anos (08.07.2019), nasci em 25.07.1931 e conheço esse depoimento de Alex Carrel desde a década de 1950, quando li o resumo de seu livro (o homem, esse desconhecido), traduzido em resumo pela Seleções. Infelizmente até hoje ainda não traduziram para o Português a importante obra desse grande médico e pesquisador francês falecido em 1944. Espero que apareça um tradutor que possa fazê-lo. Agradecerei muito, assim como muitas pessoas interessadas também com certeza agradecerão. Amilton.
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