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domingo, 8 de junho de 2014

BISPO ATHANASIUS SCHNEIDER DIZ QUE 'ESTAMOS NA QUARTA CRISE DA IGREJA’

Dom Schneider em Missa Pontifical
num dos primeiros Santuários Marianos
pós Reforma
      Mais uma vez Dom Athanasius Schneider dá mostras da sua preocupação com a situação da Igreja ao mesmo tempo que nos dá esperanças de que mais bispos como ele, possam ajudar a reverter essa situação.
      Durante viagem à Inglaterra, o bispo falou sobre a grave crise de Fé pela qual passa a Igreja nos dias de hoje.

      Em matéria do canal católico britânico Catholic Herald o bispo auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria, em Astana no Cazaquistão, fala de um “novo paganismo” criado com a ajuda dos católicos liberais e que está levando a Igreja Católica a uma divisão.

O artigo original em inglês pode ser visto através deste link: Bishop Athanasius Schneider: ‘We are in the fourth great crisis of the Church’

      Dom Schneider teve uma recepção bastante entusiasmada pelos fiéis ingleses. O mesmo atribuiu isso à defesa da Tradição da Igreja feita através do mundo cibernético. Em suas palavras: “Graças a Deus, que a internet existe.”

      O bispo é bastante conhecido pela sua luta pela Comunhão dada apenas na boca do fiel e de joelhos e ele atribui a irreverência da Comunhão dada na mão, como um dos grandes fatores para esta crise de Fé que assola a Igreja; pela banalidade com a qual este Santíssimo Sacramento é tratado, não apenas por leigos mas pelo clero, muitos destes em posição de autoridade; obviamente Dom Schneider refere-se a outros bispos. 

      O bispo comenta que o coração do problema está na agenda centrada no Homem, onde em muitas igrejas Deus, até mesmo materialmente, é colocado no canto, enquanto que o padre toma o lugar de destaque.

 “Eu poderia dizer, que estamos na quarta crise (da Igreja), numa tremenda confusão sobre doutrina e liturgia. Nós temos estado nisto a 50 anos”, diz o bispo.  Ele ainda comenta que talvez Deus será misericordioso e agirá sobre isso em 20 ou 30 anos.

No outono deste ano ocorrerá o Sínodo dos Bispos que discutirá sobre a família, à luz do questionário o qual o Papa Francisco elaborou.
Nesse sentido muitos esperam um “relaxamento” da Igreja em questões sobre sexualidade e também sobre pessoas divorciadas receberem a Comunhão. Segundo Dom Schneider, algumas visões sobre isso revelam a profundidade do problema: "Eu acho que esta questão da recepção da Sagrada Comunhão por quem casou novamente vai explodir e mostrar a verdadeira crise da Igreja. A verdadeira crise da Igreja é o antropocentrismo e o esquecimento do Cristo-centrismo ... Este é o mal mais profundo: o homem, ou o clero, colocando-se no centro, quando eles estão celebrando a liturgia e quando mudam a verdade revelada por Deus, por exemplo, sobre o Sexto Mandamento e a sexualidade humana".

O bispo diz que essa fala de mudanças vem principalmente da mídia anti-Cristã, que apóia isso num suposto ato de misericórdia da Igreja e que vê leigos católicos e até o clero colaborando com isso.
Ele diz que isso é um tipo de sofismo, falácia, e que “isto não é misericórdia, é crueldade” Sobre esse falso conceito de misericórdia ele acrescenta que “(isto) é comparável a um médico que dá um açúcar ao paciente (diabético), embora saiba que isso vai matá-lo".

Dom Schneider acredita que há um paralelo, uma relação com as grandes crises do passado quando líderes do clero foram complacentes com heresias. Ele lembra que na crise ariana, apenas um punhado da Hierarquia católica resistiu.

Sobre o que foi a heresia ariana, explicaçao neste link: Santo Atanásio e a Crise de Fé no Século IV 

“Nós (cristãos praticantes) somos uma minoria. Nós estamos rodeados por um mundo pagão cruel. A tentação e o desafio de hoje podem ser comparados com os primeiros séculos.
(...) Infelizmente havia... membros do clero e até mesmo bispos que punham grãos de incenso em frente à estátua do imperador ou de um ídolo pagão que entregava os livros das Sagradas Escrituras para serem queimados. Tais cristãos colaboracionistas e clérigos foram chamados nestes tempos de traidores.”  

Sobre o Papa Francisco, Dom Schneider espera que assim como ele faz nas suas homilias oficiais, ensine de uma maneira clara, a doutrina católica.

O bispo Schneider diz que esse antropocentrismo (homem no centro), esse tipo de conduta liberal de grande parte do clero irá entrar em colapso porque “não tem raiz, nem (bons) frutos”. 

Ao mesmo tempo o bispo teme que durante todo esse tumulto os católicos tradicionais sejam perseguidos ou discriminados mesmo sob ordens daqueles que tem o “poder nas estruturas exteriores da Igreja”, em suas palavras. Acredita também que todos aqueles envolvidos com heresia “não prevalecerão contra a igreja”.

Eu posso presumir que essa separação (saída dos liberais) vai afetar todos os níveis de católicos, os leigos e até mesmo não excluindo o alto clero.”

Dom Schneider sabe que suas declarações não são populares em alguns círculos. Sobre isso ele diz: “É muito insignificante ser popular ou impopular. Para cada membro do clero, seu primeiro interesse deve ser a de ser popular aos olhos de Deus e não aos olhos de hoje ou dos poderosos. Jesus disse um aviso: 'Ai de vós, quando as pessoas falam bem de vocês'.
(...) A popularidade é falsa ... Grandes santos da Igreja, tais como Thomas More e John Fisher, rejeitaram a popularidade... Aqueles que hoje estão preocupados com a popularidade dos meios de comunicação e a opinião pública... serão lembrados como covardes e não como heróis da Fé."

Com pesar o bispo Schneider observa que muitos cujo ponto de vista coincide com o mundo pagão “declaram-se católicos e até mesmo fiéis ao Papa", enquanto "aqueles que são fiéis à fé católica ou aqueles que estão a promover a glória de Cristo na liturgia" são rotulados como extremistas.

O bispo também insiste que o tratamento à Eucaristia está no coração desta crise: "A Eucaristia é o coração da Igreja. Quando o coração está fraco, todo o corpo fica fraco.
(...) [a Comunhão dada na mão] contribui gradualmente para a perca da fé católica na Presença Real e na transubstanciação".

Sobre a ideia de que a liturgia seria menos importante, ou até mesmo separada, no que diz respeito aos pobres, o bispo diz: "Isto é errôneo. O primeiro mandamento que Cristo nos deu foi o de adorar somente a Deus. A liturgia não é uma reunião de amigos. Esta é a nossa primeira tarefa, adorar e glorificar a Deus na liturgia e também em nosso modo de vida. A partir de uma verdadeira adoração e no amor de Deus, cresce amor aos pobres e ao nosso próximo. Isto é uma conseqüência."

Ainda sobre a Comunhão dada na mão: 
"Parece que a maioria do clero e dos bispos estão contentes com este uso moderno de Comunhão na mão... Para mim, isso é incrível. Como isso é possível, quando Jesus está presente nas pequenas Hóstias?
(...) Há o fato doloroso da perda dos fragmentos eucarísticos. E os fragmentos da Hóstia Consagrada são esmagados pelos pés. Isso é horrível! Nosso Deus, em nossas igrejas, é pisoteado pelos pés!"

Sobre o fato de poucos sacerdotes se darem conta dessa questão da Comunhão ele admite que “é muito triste me sentir como se eu estivesse gritando sozinho no deserto.”
Diz ainda: "É tempo dos bispos levantarem suas vozes para o Jesus Eucarístico, que não tem voz para se defender. Há um ataque ao Santíssimo, um ataque à fé eucarística".

Mesmo assim o bispo não está pessimista e acredita que ainda há uma onda de apoiadores dos valores tradicionais, que em algum tempo, irá influenciar a Igreja: “os pequenos na Igreja foram diminuídos e negligenciados... (mas) Eles têm mantido a pureza da sua fé e representam o verdadeiro poder da Igreja aos olhos de Deus e não aqueles que estão na administração.
(...)"Falei com jovens estudantes em Oxford e fiquei muito impressionado com estes alunos. Eu fiquei tão feliz de ver a sua pureza da fé e suas convicções, e a mente católica clara. Isso irá renovar a Igreja. Por isso, estou confiante e esperançoso também em relação a esta crise na Igreja. O Espírito Santo vai vencer essa crise com este pequeno exército.
(...) Eu não estou preocupado com o futuro. A Igreja é a Igreja de Cristo e Ele é o verdadeiro chefe da Igreja, o Papa é apenas o vigário de Cristo. A alma da Igreja é o Espírito Santo e Ele é poderoso".


O bispo Athanasius Schneider esteve na Inglaterra de 16 a 27 de maio deste ano de 2014.
A programação da sua estada pode ser conferida neste endereço (em inglês): Bishop Schneider's schedule during his stay in England







Gloria in excelsis Deo!

2 comentários:

  1. Deo gratias!
    Isso sim é Bispo Católico! Que Deus o abençoe e Maria Santíssima, Mãe dos Sacerdotes te proteja!

    Salve Maria!

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