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quarta-feira, 14 de maio de 2014

PIO XII E O SEGREDO DE FÁTIMA

Em 1936, o então Cardeal Eugenio Pacelli, que depois se tornaria o Papa Pio XII fez uma confissão ao conde Enrico Pietro Galeazzi, que futuramente seria o Delegado Especial do seu pontificado e também arquiteto dos Sacros Palácios Apostólicos. Nessa confissão, que consta no livro "Pie XII devant l'Histoire" (Pio XII antes da História), escrito pelo Monsenhor Georges Roche; dentre outras coisas, o futuro papa, que possivelmente teve contato com o texto do Terceiro Segredo de Fátima, referiu-se à alteração da liturgia da Igreja. Disse então o cardeal Pacelli:
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"(...) Estou obcecado pelas confidências da Virgem à pequena Lúcia de Fátima. Essa obstinação de Nossa Senhora diante do perigo que ameaça a Igreja, é um aviso divino contra o suicídio que representaria a alteração da fé, na sua liturgia, na sua teologia e na sua alma."
(Monsenhor Georges Roche e Philippe St. Germain, Pie XII devant l'Histoire, Laffont, Paris, 1972, pp 52 – 53)



Pio XII sempre se preocupou com a preservação da liturgia. Isso pode ser verificado com clareza em sua encíclica "Mediator Dei" (Carta Encíclica 'Mediator Dei' do Sumo Pontífice Pio XII) de 20 de novembro do ano de 1947, quarto ano do seu pontificado, no qual o Santo Padre fala exclusivamente da sagrada liturgia.
De fato, algo muito importante se deu em relação à liturgia aproximadamente 33 anos depois desta declaração do Cardeal Pacelli ao seu amigo Enrico.
Em 1969, quatro anos após o término do Concílio Vaticano II, concílio convocado pelo Papa João XXIII e finalizado por Paulo VI; este, o então Papa Paulo VI instituiu uma nova Missa em seu 'Novus Ordo Missae', também conhecida como Missa de Paulo VI. A Igreja Católica passou então a ter uma nova Missa. A liturgia foi alterada.

Diante destas palavras do futuro Papa, das mudanças ocorridas pós Concílio e do aviso de Nossa Senhora sobre os perigos destas alterações, em comparação ao que ocorreu com a liturgia e a Missa nestas últimas décadas, poderíamos então fazer algumas indagações:

  • Seriam meras coincidências que de uma maneira geral, na média, exista tanta falta de zelo, de cuidado com a liturgia da Missa nova nas paróquias pelo mundo como há hoje? Algo que não era tão comum quando o rito oficial da Igreja latina era o rito de Pio V, da Missa de Sempre?
  • E em relação à falta de respeito, à falta de solenidade e piedade verificada nas Missas de hoje, causadas em muito pelo incentivo ou a omissão dos sacerdotes, onde as mesmas são rezadas a gosto pessoal do padre e do povo e não da Igreja, tampouco do missal. Isso é culpa dos novos tempos ou do modo como esse novo rito foi concebido? Por que então, este desrespeito ao Santo Sacrifício de Cristo que é a Missa não é verificado na Missa dita "antiga", que ainda é rezada hoje em dia?
  • E uma questão que é ainda mais intrigante: estando essa referência sobre o perigo de uma alteração da fé católica no Terceiro Segredo de Fátima, o que remete a uma provável apostasia por parte do alto clero, porque então o Vaticano omitiu estas partes do segredo?
  • Não teria o alerta de Nossa Senhora a ver com tudo isso?

Estas perguntas ficam no ar, apesar de que baseando-se no que dissera a Virgem Maria em outras aparições, nos ensinamentos e advertências dos anteriores papas, além de inúmeras profecias de vários santos, já possamos conceber algumas respostas.

Na ocasião o Cardeal Pacelli ainda revelou mais coisas relevantes ao seu amigo Enrico:

"Suponha , meu caro amigo, que o comunismo seja apenas o mais visível dos órgãos de subversão contra a Igreja e contra a tradição da revelação divina, então nós vamos assistir à invasão de tudo o que é espiritual, a filosofia, a ciência, o direito, o ensino, as artes, a imprensa a literatura, o teatro e a religião.
(...) Ouço em redor de mim os inovadores que querem desmantelar a Capela Sagrada, destruir a chama universal da Igreja, rejeitar seus ornamentos, dar-lhe remorso de seu passado histórico.
(...) Pois bem, meu caro amigo, estou convicto que a Igreja de Pedro deve assumir o seu passado ou então ela cavará sua sepultura.
(...) um dia virá em que o mundo civilizado renegará seu Deus, em que a Igreja duvidará como Pedro duvidou. Ela será tentada a crer que o homem se tornou Deus, que o Seu Filho é apenas um símbolo, uma filosofia como tantas outras, e nas igrejas os cristãos procurarão em vão a lâmpada vermelha em que Deus os espera."



Trecho original do livro do Monsenhor Georges Roche 

Conde Enrico Pietro Galeazzi


Estas são terríveis e proféticas palavras de um futuro o qual, está cada dia mais se mostrando ser presente.
Desde sempre os cristãos, católicos enfrentaram a perversidade do mundo da segurança dos muros da fé edificados pela Igreja, d'onde os inimigos dEla ficavam de fora. Hoje há um sentimento de que aqueles inimigos físicos e espirituais adentraram por estes muros e ceifam a fortes golpes a verdadeira e imutável fé católica.
Não fosse a promessa do próprio Cristo de que as forças do inferno, por mais que tentem, por mais que ganhem algum terreno por algum tempo na Igreja, no final não prevalecerá sobre Ela (S. Mateus XVI, 18), seria ainda mais terrível encarar o futuro da Igreja.
Além disso, podemos ter essa certeza revelada por Cristo a São Pedro, nas palavras da Sua Mãe, a Virgem Maria: "No final o Meu Imaculado Coração triunfará".

Lembramos então do que disse o Papa Pio X em sua Encíclica "Pascendi Dominici Gregis" (Carta Encíclica 'Pascendi Dominici Gregis' do Sumo Pontífice Pio X) sobre os piores inimigos que se encontram dentro da Igreja: "
Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos (...)"


Neste 13 de maio, em que a Virgem Maria apareceu às santas crianças Lúcia, Jacinta e Francisco na Cova da Iria em Fátima, e em todo o mês mariano de maio, peçamos à Nossa Senhora o correto discernimento do verdadeiro ensinamento da Igreja de Cristo e a Sua proteção.


                                              VIRGO FATIMAE, ORA PRO NOBIS!

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